Por Beatriz Cardoso (texto e fotos)
O início da “The Beast Is Back”, turnê do ex-vocalista do Iron Maiden, Paul Di’Anno, foi conturbado e com problemas. Ao passar dos shows, é possível notar uma clara melhora, resultando em uma experiência que superou as expectativas no sábado (4) em São Paulo, no Carioca Club.
Embora ainda tenha apresentado atraso e questões envolvendo o som, foi uma boa noite.
O primeiro show iniciou-se pontualmente às 20h, com a excelente Electric Gypsy, show empolgado e envolvente, com músicos talentosos. Além de seus trabalhos autorais, o set contou também com os bons covers de “Hot For Teacher” (Van Halen) e “Bad Boys” (Whitesnake). Comentários como “que banda boa”, puderam ser ouvidos por esta que vos escreve durante toda a apresentação do grupo mineiro. Ótima forma de se dar início à noite, a banda é uma grande promessa do Hard Rock.
Em seguida, Noturnall, grupo liderado por Thiago Bianchi subiu ao palco e problema semelhante àquele observado em outros shows aconteceu. Não era possível ouvir a voz do vocalista e a banda teve de paralisar no meio da primeira música, “Try Harder”, para que o problema fosse resolvido. As cortinas se fecharam e alguns minutos depois, a banda retornou ao palco com força total.
O público, um tanto quanto “acanhado” (palavras do próprio Bianchi), se uniu para cantar o clássico do AC/DC “Thunderstruck”. Bom show, com destaque ao guitarrista Leo Mancini.
Antes do início da principal atração da noite, foi apresentado ao público o autor dos livros do Iron Maiden, Stepjan Juras, que falou a respeito do tratamento de Paul, além de que o show seria gravado para um futuro documentário sobre o vocalista.
Programado para começar às 22:00, a gravação de “The Ides Of March” pôde ser ouvida apenas cinquenta minutos depois, dando o pontapé inicial ao show.
Desde a primeira música, “Wrathchild”, era difícil de ouvir Paul. Sua voz estava rouca e falhava, até mesmo em momentos de fala, sendo difícil de compreender algumas partes. Apesar disso, o público, estava extremamente empolgado e cantava com fervor cada palavra.
“Sanctuary” e “Purgatory” vieram em seguida e Di’Anno, visivelmente abalado pela qualidade de sua voz, pedia desculpas sempre que podia.
“Remember Tomorrow” era o momento mais aguardado por mim e foi marcado pela emocionante homenagem ao amigo e companheiro de banda Paulo Turin e ao antigo baterista do Iron Maiden, Clive Burr.
Ambas as músicas instrumentais “Genghis Kan” e “Transylvania” vieram como uma ajuda à Di’Anno, que pôde dar uma pausa a sua voz.
O coro potente do público foi ouvido em peso durante “Charlotte The Harlot” e “Running Free”, especialmente no refrão.
Apesar de “Prowler” ter sido anunciada como a última música da noite, a responsável por encerrar os trabalhos foi “Iron Maiden”, até então, tocada apenas no show do Rio de Janeiro.
Vale ressaltar o bom entrosamento da banda de apoio que conta com membros da Noturnall e da Electric Gypsy. Além disso, o guitarrista Chico Brown integrou o grupo, desempenhando papel excepcional durante a performance. Realmente impressionante.
Mesmo com as falhas vocais apresentadas, o público estava bem engajado com o show, gritando a todo momento o nome do vocalista e cantando em coro as músicas, criando uma atmosfera de apoio e recepção à Paul, que demonstrou imensa gratidão e ficou comovido com a participação do público.