06/02/2023 às 21:33 Resenha de Shows

Fãs cantam em uníssono os clássicos da era Di’Anno no Iron Maiden em São Paulo

193
3min de leitura

Por Beatriz Cardoso (texto e fotos)

O início da “The Beast Is Back”, turnê do ex-vocalista do Iron Maiden, Paul Di’Anno, foi conturbado e com problemas. Ao passar dos shows, é possível notar uma clara melhora, resultando em uma experiência que superou as expectativas no sábado (4) em São Paulo, no Carioca Club.

Embora ainda tenha apresentado atraso e questões envolvendo o som, foi uma boa noite.

O primeiro show iniciou-se pontualmente às 20h, com a excelente Electric Gypsy, show empolgado e envolvente, com músicos talentosos. Além de seus trabalhos autorais, o set contou também com os bons covers de “Hot For Teacher” (Van Halen) e “Bad Boys” (Whitesnake). Comentários como “que banda boa”, puderam ser ouvidos por esta que vos escreve durante toda a apresentação do grupo mineiro. Ótima forma de se dar início à noite, a banda é uma grande promessa do Hard Rock.

Em seguida, Noturnall, grupo liderado por Thiago Bianchi subiu ao palco e problema semelhante àquele observado em outros shows aconteceu. Não era possível ouvir a voz do vocalista e a banda teve de paralisar no meio da primeira música, “Try Harder”, para que o problema fosse resolvido. As cortinas se fecharam e alguns minutos depois, a banda retornou ao palco com força total.

O público, um tanto quanto “acanhado” (palavras do próprio Bianchi), se uniu para cantar o clássico do AC/DC “Thunderstruck”. Bom show, com destaque ao guitarrista Leo Mancini.

Antes do início da principal atração da noite, foi apresentado ao público o autor dos livros do Iron Maiden, Stepjan Juras, que falou a respeito do tratamento de Paul, além de que o show seria gravado para um futuro documentário sobre o vocalista.

Programado para começar às 22:00, a gravação de “The Ides Of March” pôde ser ouvida apenas cinquenta minutos depois, dando o pontapé inicial ao show.

Desde a primeira música, “Wrathchild”, era difícil de ouvir Paul. Sua voz estava rouca e falhava, até mesmo em momentos de fala, sendo difícil de compreender algumas partes. Apesar disso, o público, estava extremamente empolgado e cantava com fervor cada palavra.

“Sanctuary” e “Purgatory” vieram em seguida e Di’Anno, visivelmente abalado pela qualidade de sua voz, pedia desculpas sempre que podia.

“Remember Tomorrow” era o momento mais aguardado por mim e foi marcado pela emocionante homenagem ao amigo e companheiro de banda Paulo Turin e ao antigo baterista do Iron Maiden, Clive Burr.

Ambas as músicas instrumentais “Genghis Kan” e “Transylvania” vieram como uma ajuda à Di’Anno, que pôde dar uma pausa a sua voz.

O coro potente do público foi ouvido em peso durante “Charlotte The Harlot” e “Running Free”, especialmente no refrão.

Apesar de “Prowler” ter sido anunciada como a última música da noite, a responsável por encerrar os trabalhos foi “Iron Maiden”, até então, tocada apenas no show do Rio de Janeiro.

Vale ressaltar o bom entrosamento da banda de apoio que conta com membros da Noturnall e da Electric Gypsy. Além disso, o guitarrista Chico Brown integrou o grupo, desempenhando papel excepcional durante a performance. Realmente impressionante.

Mesmo com as falhas vocais apresentadas, o público estava bem engajado com o show, gritando a todo momento o nome do vocalista e cantando em coro as músicas, criando uma atmosfera de apoio e recepção à Paul, que demonstrou imensa gratidão e ficou comovido com a participação do público. 

Paul Di'Anno



Paul Di'Anno
Noturnall
Electric Gipsy


06 Fev 2023

Fãs cantam em uníssono os clássicos da era Di’Anno no Iron Maiden em São Paulo

Comentar
Facebook
WhatsApp
LinkedIn
Twitter
Copiar URL

Tags

iron maiden paul di'anno

Quem viu também curtiu

14 de Jun de 2021

Com superprodução hollywoodiana, “Omega Alive” coroa Epica na soberania do symphonic metal

29 de Mai de 2021

Em mais uma prova de superação, Nightwish faz ótima estreia do “Human. :II: Nature”, com novo baixista e velhos problemas

23 de Fev de 2023

Uma noite de hard rock com Johnny Gioeli marcada por clássicos de Axel Rudi Pell e Hardline