09/04/2024 às 14:18 Entrevistas

Entrevista com Mistheria (tecladista do Bruce Dickinson)

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4min de leitura

Entrevistei Mistheria, o tecladista italiano que atua na banda solo de Bruce Dickinson. Eles vêm ao Brasil para uma série de shows agora em abril, confira as datas:

  • 24/04 Curitiba (Live Curitiba)
  • 25/04 Porto Alegre (Pepsi On Stage)
  • 27/04 Brasília (Opera Hall)
  • 28/04 Belo Horizonte (Arena Hall)
  • 30/04 Rio de Janeiro (Qualistage)
  • 02/05 Ribeirão Preto (Quinta Linda)
  • 04/05 São Paulo (Vibra São Paulo)

1. Obrigado pela entrevista! Como surgiu o convite para tocar com Bruce Dickinson e qual foi sua reação na época?

Acredito que fazer parte do grupo e da turnê "The Mandrake Project" tenha sido um caminho natural e espontâneo, após anos de colaboração e conversas ao longo dos anos com Bruce, sobre um novo álbum e concertos. Em 2020, deveríamos realizar um concerto acústico em Roma, em um festival, que foi cancelado devido à pandemia. Então, num belo dia, recebi um e-mail de Bruce tornando minha presença na banda oficial, obviamente foi um dos momentos mais emocionantes e especiais da minha vida e carreira.

2. Qual música do "The Mandrake Project" você considera mais desafiadora de tocar? De qual você se orgulha mais das partes de teclado?

Eu gravei os teclados na música, então todas as músicas fazem parte do meu repertório técnico. Neste álbum, no que diz respeito às partes de teclado e orquestra, a principal dificuldade consiste em tornar tudo muito suave, fluido, presente, mas sem invadir as partes rítmicas, especialmente as guitarras, unindo a mixagem geral para dar profundidade, cores e atmosferas. Esta foi minha tarefa, estou satisfeito e orgulhoso de todas as músicas. Se eu tiver que mencionar algumas delas, eu particularmente amo "Sonata (Immortal Beloved)", "Fingers in the Wounds", "Shadow of the Gods", "Afterglow of Ragnarok" e "Rain on the Graves".

3. Como foi a experiência de ter Roy Z como produtor e guitarrista na banda?

Como sempre, trabalhar com Roy Z no estúdio foi fantástico. Nós nos conhecemos bem, eu sei como ele trabalha e ele sabe o que quer. Suas direções de produção são sempre precisas e direcionadas. Além disso, para o álbum "The Mandrake Project", Bruce e Roy me deram a oportunidade de adicionar muitas ideias, então pude variar bastante entre partes de teclado e orquestrais, corais, efeitos, etc. Foi um processo criativo verdadeiramente intenso e emocionante.

4. Durante seu tempo com Bruce Dickinson, você recebeu algum conselho ou insight que considera muito valioso para sua vida profissional ou pessoal? Qual foi esse conselho?

Trabalhar com um artista desse calibre - no caso de Bruce, eu diria com uma personalidade inigualável e única - permite que você se enriqueça, tanto em um nível pessoal quanto profissional, em cada encontro, em cada conversa, em cada e-mail e em cada momento de trabalho. Existem sugestões que você recebe sem serem ditas, mas o simples fato de viver momentos de vida com essa pessoa te enche de experiência, uma "transfusão natural" de conhecimento e sabedoria.

5. Quais são suas expectativas para iniciar a turnê na América Latina? O que mais te deixa ansioso?

Será minha primeira vez na América do Sul e mal posso esperar para experimentar. Espero uma plateia incrível porque, ao longo dos anos, muitos fãs me escreveram dizendo que querem me ver ao vivo no palco e, desde que a turnê "The Mandrake Project" foi anunciada, tenho recebido uma avalanche de mensagens e comentários de muitos amigos e fãs que virão ver o concerto. Verdadeiramente emocionado!

6. Quais bandas de rock e metal foram mais presentes durante sua educação musical, e quais são mais importantes para você?

Comecei ouvindo todas as principais bandas de Rock/Metal Progressivo dos anos 70/80, como Genesis, Yes, Jethro Tull, Uriah Heep, Rush, Iron Maiden, Marillon, Pink Floyd, Led Zeppelin, etc. Então, um dia, fiquei fascinado pelo som do Hammond ardente de Jon Lord do Deep Purple, seguido pelas acrobacias de teclado de Keith Emerson com o ELP. A partir daí, entendi que minha formação clássica poderia ter uma evolução e direção muito específicas. E assim foi...

7. A última música, "Sonata (Immortal Beloved)", é enorme e tem muitos teclados. Qual é sua opinião sobre essa música?

Quando ouvi a versão demo dessa música, tive arrepios, totalmente atordoado pela emoção do grito apaixonado de Bruce "Save me now". Bruce criou uma "bomba emocional" incrível com essas três palavras. Acredito que é mais do que uma música, é uma trilha sonora que nos projeta para outras dimensões, nos conta uma história, mas nos faz sonhar com mil outras.

8. Que outras músicas da carreira solo de Bruce Dickinson você considera destaques em termos de trabalho de teclado?

Há várias delas, algumas das minhas favoritas são "Navigate the Seas of the Sun", "The Alchemist", "Gates of Urizen", "Omega", "River of No Return", "Tears of the Dragon".

9. Qual é o seu álbum favorito da carreira solo de Bruce Dickinson e por quê?

Considero "Accident of Birth" uma obra icônica da discografia mundial e, pela minha experiência pessoal, um álbum que me acompanhou em uma parte inesquecível da minha vida. Eu o ouvia no carro repetidamente com meu querido amigo, o baterista Fabio Colella, quando, naquela época, estávamos em turnê juntos na Itália. Foi o álbum que me apresentou à carreira solo de Bruce e o destino quis que, pouco depois, eu começasse a colaborar, no estúdio e ao vivo, com esse lendário cantor. A vida sabe nos dar presentes inesperados e maravilhosos! Saudações a todos os amigos e fãs brasileiros, nos vemos em breve! Obrigado 💚💛

09 Abr 2024

Entrevista com Mistheria (tecladista do Bruce Dickinson)

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